A Tokyo Electric Power (Tepco), responsável pela operação da central nuclear de Fukushima, no Japão, detectou um vazamento de cerca de 100 toneladas de água radioativa em um tanque que armazena o líquido contaminado na usina, mas tudo indica que o mesmo não chegou ao mar, informou nesta quinta-feira (20) à Agência Efe um de seus porta-vozes.
A radiação detectada na água é muito alta, já que, segundo os dados apresentados pela Tepco, foram registrados 230 milhões de becquerels por litro de substâncias emissoras de raios beta.
O vazamento, detectado na última hora de quarta (19), aconteceu aparentemente na montagem da tampa superior do tanque.
A operadora e proprietária da central garantiu que conseguiu interromper o fluxo de água às 5h40 locais (17h40 de Brasília da quarta-feira), cerca de seis horas depois de descobrir o vazamento.
O líquido teria escorrido até o solo através de uma calha acoplada ao tanque para evitar o acúmulo de água da chuva em sua cobertura.
No entanto, por não existirem estruturas de escoamento no local, a Tepco acredita que o líquido não conseguiu chegar até o mar.
O vazamento ocorreu novamente em um dos tanques que foram construídos rapidamente, após a explosão da crise nuclear em 2011, para armazenar a água utilizada no resfriamento dos reatores acidentados.
Para fundir as partes desses contêineres foram utilizadas resina e fixações metálicas ao invés de solda.
Em tanques deste tipo ocorreram graves vazamentos no ano passado, um dos quais obrigou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) a classificar o incidente como ‘sério’, no nível 3 da Escala Internacional de Acidentes Nucleares.
No entanto, o porta-voz da companhia explicou à Efe que a natureza deste último vazamento parece diferir dos ocorridos em 2013.
A Tepco ainda está investigando o motivo do vazamento, enquanto os operários da central estão retirando a maior quantidade de água possível, e também a terra que ficou contaminada.
O terremoto e tsunami de 11 de março de 2011 provocou em Fukushima o pior acidente nuclear desde Chernobyl (Ucrânia), em 1986.
As emissões resultantes fizeram com que as 52 mil pessoas que residiam em torno da central tivessem que abandonar suas casas e afetaram gravemente a agricultura, a pecuária e a pesca local.
Fonte: g1.globo.com