Os especialistas do IRD e das demais unidades da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) que realizarão a monitoração radiológica durante a Copa do Mundo Fifa Brasil 2014 atuam em uma área já fortemente estruturada no exterior. Grandes eventos esportivos, culturais e que envolvem numeroso contingente de público contam com equipes atuando em segurança radiológica e nuclear.
Prestes ao início do evento estão programados treinamentos, ministrados pelo Departamento de Energia dos EUA, para aperfeiçoamento técnico e capacitação no uso de equipamentos cedidos ao país para utilização durante o torneio. No total, será recebido o equivalente a uma tonelada de equipamentos, provenientes dos Estados Unidos e, também, da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Os técnicos executam o trabalho de varredura prévia dos locais em conjunto com a área de segurança pública e das Forças Armadas. Este trabalho faz parte do esforço conjunto de vários órgãos, para adefesa contra ameaças químicas, biológicas, radiológicas e nucleares.
Em uma hipótese de emergência radiológica ou nuclear os especialistas do instituto estão capacitados a responder ao evento, seja ele relacionado ao torneio ou em alguma área fora dos locais de competição. Ao IRD cabe a coordenação operacional das atividades CNEN. Desta forma, além de acompanhar o dia-a-dia de cada uma das cidades-sede, onde serão realizados pelo menos três jogos diários nessa primeira fase, equipes de especialistas estarão de prontidão no Instituto para prestar pronta assistência a situações potenciais ou reais de emergência radiológica.
“Desenvolvemos uma capacidade nacional e já demos inclusive suporte à AIEA, em treinamento em outros países, como o Peru, pois os experts da Agência estavam dedicados aos Jogos Olímpicos de Beijing e concomitantemente ocorriam naquele país dois eventos das Nações Unidas (uma cúpula das Nações e outro de líderes do Pacífico )”, destaca o coordenador da atividade e chefe da Divisão de Emergência do IRD, Raul dos Santos.
O Brasil foi o quarto país no mundo a desenvolver esta atividade, iniciada nos Jogos Panamericanos de 2007, no Rio de Janeiro. Os técnicos brasileiros já atuaram como especialistas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) nas Olimpíadas de Pequim, em 2008, durante a Copa do Mundo da África do Sul, em 2010, e na Copa da UEFA de futebol, em 2012, oferecendo treinamento nesta área. Além disso, participaram da capacitação das Forças Armadas sobre segurança radiológica e nuclear como preparativos para os Jogos Mundiais Militares de 2011, realizados no Rio de Janeiro.