Biossolda
A solda a laser é largamente utilizada – na indústria automobilística, por exemplo – para soldar múltiplas peças de metal com rapidez e precisão.
Uma precisão que agora parece ter superado todos os limites, e operando em materiais que em nada lembram as duras chapas metálicas.
Uma nova técnica de soldagem a laser permite nada menos do que soldar tecidos humanos, substituindo os pontos dados após as cirurgias, que, além de incômodos e doloridos, apresentam alto risco de infecção.
O segredo da técnica está em um “eletrodo” especial, compatível com tecidos biológicos.
O eletrodo é o material que é “fundido” para juntar as peças metálicas por meio da solda – ele pode ser derretido, entre outras possibilidades, pela chama de um gás, por um arco voltaico ou por pulsos de um laser de alta potência.
O desafio dos pesquisadores foi criar um “bioeletrodo” que fundisse as partes separadas do tecido sob a ação do calor do laser, mas sem deixar que o calor causasse danos ao tecido.
Cirurgia sem costura
Huang-Chiao Huang e seus colegas da Universidade do Estado do Arizona, nos Estados Unidos, criaram o que eles chamam de um nanocompósito plasmônico, um material formado por nanopartículas de ouro encapsuladas em peptídeos, formando um material de alta elasticidade.
As nanopartículas de ouro possuem propriedades ópticas – as mesmas usadas pela plasmônica – que transformam a luz emitida por uma laser na faixa do infravermelho próximo em calor.
Quando o material é ativado pela luz do laser, as proteínas desnaturam, formando um selo forte e muito resistente, com uma consistência pastosa, mas totalmente inerte, fechando a incisão feita para a cirurgia.
Essa biossolda promete o desenvolvimento de um método cirúrgico sem costuras – sem pontos ou grampos – que permite conectar ou fechar vasos sanguíneos, cartilagens em juntas, intestinos e até o fígado.
Os pesquisadores testaram a técnica de “soldagem de tecidos a laser” em animais de laboratório.
Segundo eles, novas avaliações serão necessárias antes que o método de cirurgia sem pontos possa ser testado em humanos.
Fonte: Inovação Tecnológica