Outubro chegou e, como de costume, vemos a avalanche de campanhas focadas no câncer de mama e no famoso “exame preventivo” — a mamografia. Mas, cá entre nós, será que estamos mesmo falando de prevenção? Ou estamos apenas realizando exames em busca do que já pode estar lá?
O conceito de “exames preventivos” parece dar uma sensação de missão cumprida, não é? Porém, a Física Médica nos ensina que rastrear algo não é o mesmo que prevenir. A mamografia é uma ferramenta valiosa, é claro, mas é importante lembrar: ela não evita o câncer, ela detecta. A pergunta que fica é: o que estamos fazendo para que as mulheres nem cheguem a desenvolver a doença?
Estudos mostram que programas de rastreamento, como a mamografia, podem adicionar 6,1 anos à expectativa de vida das mulheres entre 50 e 74 anos. Ótimo, sem dúvida. Mas será que podemos fazer mais? A resposta é um sonoro sim.
Enquanto a mamografia trabalha na detecção precoce, um estilo de vida saudável pode dobrar esses números. Estamos falando de 14 anos a mais de vida! Não só no câncer de mama, mas também na prevenção da principal causa de morte das mulheres: as doenças cardiovasculares.
Exames são úteis, sim, mas apenas para detectar o que já está lá.
A verdadeira prevenção começa muito antes de uma consulta médica, na maneira como vivemos o dia a dia.
Agora, você pode estar pensando: “Mas eu já tenho um estilo de vida saudável”. Será mesmo? Vamos dar uma olhada mais de perto. Prevenção de verdade, aquela que pode evitar que você vire um paciente no futuro, envolve práticas que, por vezes, subestimamos:
- Alimentação equilibrada: menos alimentos ultraprocessados e mais alimentos frescos. Parece clichê, mas é um ponto que ainda precisamos insistir.
- Atividade física regular: não estamos falando de academia 7 dias por semana. Movimentar-se regularmente, mesmo com caminhadas diárias, já reduz significativamente o risco de câncer e doenças cardiovasculares.
- Sono de qualidade: acha que dormir 4 ou 5 horas por noite é suficiente? Estudos mostram que o sono inadequado está ligado a doenças crônicas, inclusive o câncer.
- Controle do estresse: uma vida corrida, cheia de pressão, pode ser tão prejudicial quanto uma má alimentação. Técnicas de relaxamento, meditação ou simplesmente reduzir o ritmo pode fazer uma diferença brutal.
E falando em hábitos…
Estamos quase em novembro, e o papo sobre prevenção da próstata virá com tudo. Vamos continuar falando de exames, como o PSA, mas será que estamos dando atenção ao que realmente pode prevenir a doença? Assim como no câncer de mama, um estilo de vida saudável pode diminuir drasticamente as chances de desenvolver câncer de próstata e muitas outras doenças.
Aqui entra o papel brilhante da Física Médica
O diagnóstico por imagem, como mamografias e ressonâncias, tem o papel de identificar e ajudar a tratar quando necessário. Mas a verdadeira prevenção — aquela que pode evitar que você sequer precise desse tipo de exame — é sua responsabilidade, todos os dias. É no seu prato, na sua rotina de exercícios, na qualidade do seu sono.
Então, por que ainda não falamos mais sobre isso? Por que não aproveitamos o Outubro Rosa e o Novembro Azul para ir além dos exames e mudar realmente as estatísticas com nossas ações diárias?
Vamos continuar essa conversa?
Autor: Walmoli Gerber Jr. – Diretor Executivo da BrasilRad
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