Além da dificuldade de conseguir a mamografia, outro problema muito sério e que atrapalha a detecção do nódulo é a qualidade técnica dos exames.
Em São Paulo vivem 6 milhões de mulheres. Muitas delas já receberam e outras um dia receberão a notícia de que têm câncer de mama. Felizmente, é um tipo de tumor curável, na maioria das vezes. Mas é, também, o que causa mais mortes entre as mulheres.
Existem, no Brasil, 5 mil mamógrafos. Metade deles atende à população do SUS. Apesar desse número, muitas mulheres enfrentam uma longa espera pela mamografia. A espera não é por falta de mamógrafos. O Ministério da Saúde recomenda um aparelho para cada 240 mil habitantes. Portanto, para 200 milhões de brasileiros, 800 mamógrafos seriam suficientes.
Além da dificuldade de conseguir a mamografia, outro problema muito sério é a qualidade técnica dos exames. “Se não pegar todas as regiões da mama, não forem incluídas no filme, a gente pode errar e não achar o tumor”, explica a médica radiologista Vera Aguillar.
Os mamógrafos modernos empregam a tecnologia digital. As imagens são mais nítidas. Infelizmente, existem poucos no Brasil. Os convencionais são como as máquinas fotográficas antigas, dependem de filmes que precisam ser revelados. Revelações mal feitas, filmes de má qualidade, técnicos mal treinados e aparelhos desregulados produzem imagens borradas que podem esconder tumores.
Mamografia com resultado normal, quando existe um nódulo maligno, que não foi visto, é o pior que pode acontecer. Essa é uma das razões pelas quais um câncer tão curável ainda provoca tantas mortes. É uma doença que não espera, cresce silenciosamente e vira a vida do avesso.
Leia mais em: g1.globo.com – Acessado em 06/05/2014