Enfermeiros e técnicos de enfermagem são os profissionais da saúde formados em maior número a cada ano (em 2012, cerca de 47 mil se graduaram em enfermagem, segundo o Inep). Mas hospitais têm tido dificuldade de manter quadros completos com funcionários qualificados.
“Em fevereiro, tínhamos seis hospitais com 427 vagas abertas para esses cargos. Percebemos que 60% dos que fizeram a prova foram reprovados e 20% dos admitidos foram desligados após três meses”, diz Laura Schiesari, diretora técnica da Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados).
Segundo ela, a concorrência tende a aumentar caso seja aprovado um projeto de lei, que tramita no Congresso, que reduz a jornada de trabalho da categoria para 30 horas semanais, propiciando empregos múltiplos.
Outra demanda atual dos grandes hospitais é por físicos médicos, devido à expansão de tratamentos como a medicina nuclear e radioterapia, na oncologia, e no controle de qualidade do diagnóstico por imagens.
Segundo Antonio Eduardo Antonietto Júnior, gerente de relacionamento médico do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, o salário inicial de um profissional da área pode chegar a R$ 4.000.
“São técnicas com as quais o médico não tem formação para lidar, como o tipo de radiação usada no processo, a energia e o risco envolvido nessas aplicações”, explica Ricardo Terini, coordenador do curso de física na PUC-SP.
De acordo com o MEC (Ministério da Educação), o Brasil possui hoje nove cursos superiores com formação específica na física médica, mas a profissão tem sido uma alternativa para outros profissionais da área de exatas.
É o caso de Flavio Emerencio, 38, que cursou licenciatura de física na USP.
Após dar aulas para classes de ensino médio durante dez anos, ele ingressou em um estágio no Hospital Universitário da USP, em busca de melhor remuneração. Hoje, atua na engenharia biomédica, gerenciando uma empresa de serviços para equipamentos de análises clínicas e atende cerca de 40 hospitais na capital e no interior.
O fonoaudiólogo foi citado por professores e especialistas como uma das profissões em baixa.
“Só damos importância para a fala depois de algum tempo de vida”, opina Carlos Ferrara Júnior, pró-reitor da Universidade São Camilo. A graduação em fonoaudiologia foi encerrada na instituição em 2010 por falta de interessados.
Fonte:Folha