O objetivo final de todo o setor de saúde – incluindo TI – é estar fora do negócio. Isso pode soar um pouco estranho, mas o principal objetivo da medicina é a cura de doenças ou impedir o contagio da mesma. E conforme o profissional fica melhor adaptável a essas duas tarefas, as pessoas devem se tornar cada vez mais autossuficientes e independentes dos serviços médicos.
Em que estágio devemos estar nos próximos 12 meses? Não muito avançado. Mas estamos fazendo progressos em cinco frentes:
Saúde móvel. Este segmento da indústria oferece o mais promissor. Não é exagero descrever consumidores e médicos aderindo a aplicativos móveis de saúde, smartphones e tablets como transformacional.
Os médicos estão apaixonados por seus iPads e por boas razões. Quando as equipes de TI foram questionadas “Quais dispositivos de computação móvel os médicos de sua organização estão utilizando para fins profissionais”, 66% citaram iPads ou outros tablets, no ano passado apenas 45% escolheram essa opção. Este caso de amor continua a se desenvolver, porque os dispositivos lhe oferecem acesso aos dados EHR, materiais de referência de medicamentos e uma série de dados importantes que no ano passado estavam disponíveis apenas no consultório ou hospital. Este tipo de acesso deve melhorar os resultados dos pacientes.
Da mesma forma, os consumidores estão a carregar todos os tipos de aplicativos de fitness em seus telefones, enquanto que os pacientes com doenças crônicas estão se aproveitando de aplicativos para iPhone e anexos que lhes permitem medir a pressão arterial, glicemia e muito mais.
Cerca de metade dos consumidores preveem que dentro dos próximos três anos a saúde móvel vai melhorar a conveniência (46%), custo (52%) e qualidade (48%) de sua saúde, de acordo com pesquisa da PricewaterhouseCoopers (PwC).
Se este entusiasmo se traduz ou não em melhor saúde e menos necessidade de serviços médicos dependerá em parte da “rigidez” desses aplicativos.
Registros pessoais de saúde. Falando de aderência, os PHRs parecem ter nenhum. Até recentemente poucos consumidores assinaram contrato para PHRs autônomos e eu tenho dedicado uma boa quantidade digital de razões por que esse é o caso. Mas isso provavelmente vai mudar no próximo ano – pelo menos para aqueles consumidores que têm mais a pele no jogo, ou seja, pacientes com doenças crônicas, doenças que ameaçam a vida.
Eu arrisco que os chamados “PHRs interativos” vão pegar em 2013. Estas ferramentas digitais vinculam registros pessoais de saúde com registros eletrônicos de saúde.
Parece que a Microsoft também está colocando suas apostas no casamento PHR / EHR. A empresa lançou um programa piloto com tecnologias da Greenway que irão adicionar dados clínicos da PrimeSuite e dos registro eletrônicos de saúde da Greenway para a plataforma HealthVault da Microsoft. O esforço conjunto vai deixar os pacientes criarem uma conta no HealthVault e acessarem suas informações clínicas online, incluindo dados demográficos, alergias, medicamentos, sinais vitais, história familiar e social, procedimentos, testes de laboratórios e planos de saúde do paciente.
Telemedicina. Vários sistemas de saúde de grande porte têm estabelecido relações com empresas de telemedicina. American Well, por exemplo, recentemente se uniu com a Universidade do Sul da Flórida, baseada em Tampa, para a prestação de serviços de telessaúde para os moradores das aldeias, uma grande comunidade de aposentados a noroeste de Orlando. A empresa também fez uma parceria com a Allscripts para integrar a funcionalidade de telessaúde em EHRs de pacientes.
Finalmente Sentara Healthcare, um sistema de saúde em todo estado de Virginia, fechou um acordo com MDLIVE, uma Sunrise, para fornecer médicos por meio de videoconferência e consulta online.
Abalo de fornecedores de EHR. Os profissionais de saúde têm mais de 600 sistemas certificados de EHR para escolher se querem se qualificar para o uso significativo de incentivos financeiros. É provável que muitos destes fornecedores não vão sobreviver em 2013 por várias razões. Algumas empresas menores têm saltado para o mercado muito rapidamente, na esperança de obter um rápido retorno do seu investimento sem fazer um grande investimento inicial.
Em um recente evento virtual da InformationWeek Healthcare, Mark Wagner, diretor sênior de pesquisas da KLAS, explicou que os fornecedores de EHR são tão ocupados com sistemas de venda que eles mal têm tempo para apoiar os que se instalaram, muito menos criar uma plataforma que atenda a todos. Esse tipo de compromisso é a certeza de construir ressentimento e uma má reputação entre os hospitais. O processo de seleção resultante pode colocar alguns fornecedores fora do negócio, mas as empresas sobreviventes provavelmente irão oferecer serviços que, finalmente, melhorarão o atendimento ao paciente.
Da mesma forma um relatório recente da Frost & Sullivan diz que hospitais vão ver em breve um aumento significativo no uso de ferramentas analíticas.